segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sustentabilidade é foco de novo gestor

Folha de São Paulo, 17/07/2011 - São Paulo SP

Sociedade, ambiente, funcionários e acionistas são os quatro pilares

LARA SILBIGER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Além de conhecimentos específicos, cada vez mais se exigirá do administrador competência para inovar e relacionar-se com pessoas. "A técnica é o mínimo", afirma Flavia Buarque de Almeida, sócia da consultoria Monitor e recém-eleita para o Conselho de Supervisores da Universidade Harvard. "O que faz um talento é ter escuta apurada, visão, sensibilidade e criatividade." Outro ponto é o olhar atento à psicologia humana. "No processo decisório, é fundamental compreender aspirações, relações interpessoais e desejos envolvidos", diz. A gestão de recursos humanos será um campo promissor. "Precisaremos de profissionais aptos a lidar, por exemplo, com a flexibilização das leis trabalhistas", menciona Tania Casado, coordenadora do Programa de Orientação de Carreiras da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo).

ÉTICA - Ética, responsabilidade socioambiental e princípios de governança corporativa são pré-requisitos para os futuros gestores, aponta Mauricio Queiroz, diretor acadêmico da FIA (Fundação Instituto de Administração). "Eles não poderão se orientar só por resultados financeiros mas pelo compromisso com a sociedade, o ambiente, os funcionários e os acionistas", determina. Nesse contexto deverá se destacar a administração "focada em evitar prejuízos ambientais com uma gestão de sustentabilidade", diz Rui Otavio Andrade, ex-presidente e conselheiro do Conselho Federal de Administração. Assim, é no modelo de gestão das empresas que residirão as grandes oportunidades de trabalho, segundo Henri Vahdat, sócio-líder de gestão de capital humano da consultoria Deloitte.

DOIS FOCOS - A especialização e o MBA são pós-graduações lato sensu que se diferenciam pela abordagem, diz o diretor da FIA. Na primeira, uma única área da administração é tratada em profundidade. Já o segundo abarca, de forma genérica, todas elas. "No começo, o profissional até pode se especializar, mas, à medida que avançar na carreira, terá que se tornar mais generalista", afirma Queiroz.Sobretudo se visa à liderança, a consultora Almeida diz que "o administrador se beneficia tanto do aprendizado no próprio ambiente de trabalho como do de um MBA".

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